Todos os santos e místicos ensinaram que rezar não é algo complicado, mas um colocar-se diante de Deus que, sendo um mistério, é também revelação, presença, comunicação, amizade. Deus é o primeiro interessado a falar conosco porque nos ama e nos quer próximos a Ele. Aquele que reza é introduzido na própria vida de Deus em união com Cristo, pela ação do Espírito Santo. Aquele que reza passa a conhecer a Deus como amigo, ensina Santa Teresa de Ávila. Rezar é uma ação e relação amorosa que nos garantem a vida e a felicidade.
“Para o cristão rezar é ficar diante da gratuidade pura do Pai, até que ela inunde o coração e a vida com sua generosidade transbordante. Rezar é receber, esperar na paciência e na perseverança do silêncio cheio de maravilha e de assombro do amor. É Deus que age na oração, e o homem está diante do mistério da pobreza, para deixar-se amar pelo Eterno. Nesse sentido, a oração cristã é experiência noturna do outro, silêncio, no qual nos deixamos inundar pelo mistério da presença divina, a ‘passio’ que prepara a ‘actio’, acolhida da qual nasce o dom. Como, porém, tudo vem do Pai, tudo retorna ao Pai: por isso, a oração, terreno do advento, é, ao mesmo tempo, movimento de resposta, ato de remeter tudo a Deus, veículo da nostalgia de Deus que está no coração do homem, e, enquanto tal, sacrifício de louvor, ação de graças, intercessão, na qual o mundo inteiro é assumido para reencontrar a si mesmo em sua verdadeira origem. É rezando que o cristão aprende a ver todas as coisas à luz de Deus” (Teólogo Bruno Forte. À escuta do outro).
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